quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Faça um 2011 com fé

"I may not be happy all day every day, but I'm happy every day." by Charlotte York.

Esse segundo semestre para nós foi um tempo de espera e paciência, enquanto nosso futuro era decidido pelas forças ocultas de Imigração. E no meio compramos as passagens pras férias no Brasil em fevereiro (chegamos dia 3) e a pouca atenção se virou para esse assunto. Por isso, espero que todo mundo - entenda-se por família e amigos - entenda o porquê de não termos nem mandado cartões de Natal, quiçá presentes. O cérebro simplesmente não dava conta. Porém, se o cérebro não dá conta, o coração ainda quer mandar votos de Natal e Ano Novo, e num momento de inspiração, ele sai pelas mangas e toma conta do teclado.

Faz uns 10 anos que tenho o hábito de mandar cartões de Natal para pessoas queridas, salvo algumas exceções. Acho que já desejei pra todo mundo tudo o que eu podia e mais um pouco. Esse ano não vou desejar nada. Vou pedir.

Vou pedir pra que nesse Natal, você conte suas bençãos.

Porque não há nada que vá lhe fazer feliz se você não souber como a felicidade lhe parece, qual a cara dela, o cheiro, a cor, a textura e a sensação. Não adianta pedir para ser feliz, pedir um próspero ano novo, sem saber como e por onde.
Vou começar então, pra você não dizer que estou trapaceando.

Esse ano e sempre, eu agradeço por ter uma família como a minha. Agradeço por ter pais de caráter, de bom juízo, de bom humor e inteligentes; por um irmão forte, decidido, sábio e tranquilo. Agora, casada, eu agradeço pela minha família aumentada: pelos meus sogros carinhosos, cunhados e cunhadas, sobrinhos mil e até uma sobrinha-neta que me mostraram como é essa história de dividir o coração e aumentar o amor. Eu agradeço pelas experiências que tive, as viagens, os restaurantes bons e ruins, as coisas esquisitas da Nova Zelândia e as longas conversas telefônicas pra ter certeza que o Brasil continua lá. Agradeço por aqui não ter trânsito ou burocracia, agradeço a caixa do supermercado que sempre sorri pra mim e pergunta como está sendo meu dia, agradeço o banco que guarda meu dinheiro suado, fruto de mtas horas de trabalho duro. Agradeço por ter trabalho e dinheiro, agradeço minhas colegas malucas de restaurante que me fazem rir e cuidam de mim e se preocupam umas com as outras. Agradeço por ficar de fora dos dramas internos ou pela santa ignorância em que vivo. Agradeço a existência de aviões que vão me levar pra ver meus amigos de quem eu sinto tanta falta. Agradeço que eles ainda são meus amigos, apesar de eu, desnaturada, não ligar nem dar notícias.
Agradeço os amigos que fiz e que me aguentam falando dos "outros" amigos o dia todo. Agradeço que o meu gato não foi atropelado ainda, apesar de atravessar a rua sem olhar pros dois lados. Agradeço a numeração das roupas da NZ. Agradeço a existência abençoada dos correios. Agradeço a Sheryl que me emprestou uma caixa inteira de livros e todas as outras meninas do hotel que alimentam meu vício. Agradeço até meu Ipod, que me faz dançar e chorar num curto trajeto de 25 minutos.
Mais do que tudo, agradeço porque meu marido existe na minha vida. Porque minha vida não existiria sem ele. Porque a gente tem um ritmo próprio de viver e de rir e de conversar e de ficar em silêncio. Agradeço pelo silêncio. Agradeço a fé que me faz sorrir apesar de tudo.

Agradeço pelo ano que passou e eu sobrevivi. Agradeço por todos que também sobreviveram 2010.

Agradeço então a possibilidade infinita de 2011, que seja mais maior de grande e mais feliz. E meu único desejo é que seja melhor para todo mundo.
Para isso, citando Michael Jackson, eu vou começar com a mulher que está no espelho.

Um Feliz Natal e um Ótimo Ano Novo!!!

Um peso levantado

Nosso visto finalmente chegou!!! Digo finalmente pq, apesar do prazo inicialmente dado de 30 dias pela Imigração, elas demoraram 5 meses pra liberar uma mísera etiquetinha que nos permite ficar na NZ por mais um mísero aninho. Válido até 7/Dec/2011.
Se elas - digo elas porque troquei extensos emails com as moças da imigração, Jennifer no começo, mas ela foi promovida e nos passou para Mrs. Guthrie, que a essa altura do campeonato já virou minha melhor amiga de infãncia. Enfim, se elas soubessem o poder que têm. Foram 5 meses de agonia, de entrar no site duas vezes por dias, de imaginar, de fazer planos sem saber se podia ou não, de empacotar tudo mentalmente, de ter fé.

Mas passou, num momento de inesperada alegria, numa pizzaria nova, num dia já gostoso por si só, chegou o tão esperado email, como uma rolha que finalmente sai dos pensamentos e permite que a vida volte a correr no trilho.

Amarodoce porém, pois uma amiga nossa não foi tão sortuda essa semana e vai voltar pro Brasil. Para ela, nós desejamos força e paciência e tranquilidade para tentar entender que às vezes, não está mesmo nas nossas mãos. Boa sorte e obrigada pelas lembranças que vão ficar. =)

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Expat

expatriate
adj
1. resident in a foreign country


Ser expatriado é viver lá e cá. É ter metade do coração num continente, metade noutro. É chegar em casa depois de um dia de trabalho fisicamente cansada não pelo trabalho, mas por ter que falar inglês o dia todo. É querer pintar o cabelo de loiro só pra ver se param de perguntar de onde vc é. Ter que explicar política, corrupção e imensidão pra gente que não tem nem noção de como pode ser ruim. É ter que se acostumar com comida nova, água nova, coca-cola nova. Tentar entender como existe gente que come sanduíche de batata frita ou torrada com spaguetti em lata. Ou como eles viveram até hoje sem comer jabuticaba. É, de vez em quando, se sentir alienígena.
É ter que se preocupar com coisas que reles mortais nem pensam, é ter uma relação de amor e ódio com a imigração e pensar todo dia que aquele adesivinho sem-vergonha no passaporte decide cada movimento que fazemos.

É simplesmente não conseguir decidir entre ir e ficar, ficar e voltar, ficar, voltar ou sei lá.

E mesmo depois 2 anos e tanto, ter dias que a única coisa a fazer é chorar de saudade, porque não há dinheiro no mundo que substitua pessoas importantes.
Nesses dias a gente entende quem não aguenta e volta: porque há horas que é insuportável e só quando o computador já está aberto, no site da companhia aérea com a compra da passagem pra amanhã quase feita, que o cérebro toma conta de novo.

O coração já fez as malas e está com a chave do carro na mão.


Meanwhile, mamãe e papai estão aproveitando férias maravilhosas na Itália. Espero que eles estejam tirando fotos e registrando tudo, mas mais importante, assimilando e lembrando tudo.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Terremoto

Eu estou em dúvida se ainda é mto cedo pra escrever esse post. Porque, na verdade, não sei se já consegui assimilar o que aconteceu e o que não aconteceu. Porque ainda não acabou e de manhã senti um tremor de 3 segundos que balançou as portas e janelas e fez meu coração ir parar no joelho direito e o estômago no joelho esquerdo.
Porque quando o caminhão passou na rua agorinha fazendo barulho eu quase chorei.

Sim, eu ainda estou apavorada. Mesmo que ninguém tenha morrido, que a minha tevê continue intacta, que a casa está de pé e sem rachaduras, a energia tenha voltado faz tempo e a água também e que da minha casa para o sul nada tenha acontecido. Fomos ontem pra Ashburton e está tudo perfeitinho, como deveria estar, como estava antes das 4.35am de sábado.

Eu estava dormindo e acordei como a exorcisada Linda Blair, chacolhando sozinha numa cama de casal, com o barulho mais horrível que nunca imaginei de portas gavetas armários janelas garrafas tudo se mexendo e a casa inteirinha como se estivesse em cima de um barquinho em uma tempestade no meio do mar, sentindo ondas e ondas. Ondas, é, é assim que se sente. Não uma vibração, mas ondas. Agora, after-shocks que ainda estão aparecendo, esses sim são vibração, uma tremidinha rápida, o suficiente pra ligar o cérebro na função correr.
Eram 4.35am, eu estava dormindo e meu cérebro não ligou a função correr. Foram só 40 segundos, no máximo. Mas deu tempo de pensar em um monte de coisa... Cadê o Rô? Ele está no shed ou no pasto. Tomara que esteja no pasto. A luz acabou. Minha lanterna está no carro. Vou ter que chegar no carro e pegar a lanterna. Estou sozinha ou a Lisa está em casa ainda? Acabou? Acabou? Por favor diz que acabou. Tem um quadro em cima da minha cabeça por favor permita que ele não caia em mim. Terremoto, eu tenho que ir pra baixo do batente da porta. Pernas não funcionam no momento. Cadê o gato? Meu celular tem bateria? Tem. Acabou? acabou.


This is it or was it just the first one before the Big one? Esse é o pensamento mais assustador de todos.


(Mais um after shock, agora.)

Acabou. Levantar da cama, Ipod pra iluminar o caminho e chegar na lanterna, ouvir a Lisa graças a Deus - "Holy Fuck!!" - pegar o celular, ligar pro Rô que deixou o celular em casa, ir pra cozinha, olhar a sala, analisar os danos, Lisa não pisa no chão da cozinha que tem garrafa quebrada, tem uma luz chegando, é o Rô. Respira.

Abraço. Beijo. Adrenalina e um pequeno terremoto pessoal. Pronto, passou. Full control mode.

O cavalo foi parar 4 pastos pra lá, o fogão está 30 cm longe da parede, mas nada além de uma garrafa de vodka vazia e um spray de ajax quebrado. Obrigada Deus. Obrigada. Obrigada.

Agora vamos ver como estão os outros, o shed, as vacas, as casas, a mulher do paquistanês que está grávidíssma. O Rô estava no shed, por um momento achou que estava bêbado e no momento seguinte, pulou 3 cercas e foi pro meio do pasto. Ágil.

Mais importante, vamos ficar juntos, porque daqui a pouco o sol vai nascer e tudo vai ficar um pouco menos assustador. O gato voltou pra casa miando desesperado e inconsolável.

A Juliet já está com o rádio ligado e disse que foi 7.4, começou em Chch e foi sentido até Invercargill - 600km. Os cachorros não estão nem aí e querem voltar a dormir. A tv de plasma do Brent, 50 polegadas, virou tapete e sucata.
Pegar o fogareiro de acampamento, todas as lanternas e fazer café na casa da Dai, como todo mundo junto.

O sol saiu, a vida continua, vamos ver o que quebrou. Voltei pra casa, voltaram pra fazenda, celular tocou, fui pro htl e lá fiquei até o dia seguinte, limpando garrafas quebradas, comemorando o que não quebrou, cancelando reservas e o almoço de dia dos pais que foi domingo, especulando o que vai acontecer e tentando entender. Quem mora em Darfield e Coalgate não pode sair porque as pontes do caminho estão danificadas.

Dormir não ajuda mto. Não dá pra descansar de verdade. Não consigo assistir o jornal e ver imagens de Christchurch. São lugares que conheço, que frequento, o shopping, o centro, a rua, dói no coração ver, as estradas rachadas, paredes caídas. Não dá. Não sei quando vai dar.

Já sinto saudade da vida que era quando o chão, imóvel, era a constante. A certeza que foi arrancada do cotidiano, que do chão não passa, que a terra é imóvel.

Não quero nunca passar por isso de novo. Mas obrigada Deus, por não deixar o porta-retrato cair na minha cabeça nem o shed na cabeça do Rô.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Fotômetro

"No Vale Encantado quem sorri, pega o céu com a mão"

Lembrei desse versinho esses dias, enquanto voltávamos pra casa, eu e Dai, e a Lua (com L maiúsculo mesmo) nascia laranja no canto, saindo de trás do morro e ficaram as duas embasbacadas, babando com aquela cor, aquela imensidão logo ali, cor de fogo, me fazendo achar que a nave-mãe estava vindo me pegar ou que as árvores ardiam sem queimar.
E nesse estado de graça chegamos à mútua conclusão que não ia adiantar tirar foto, pq a máquina não capta o que os nossos olhos estavam vendo. Que é necessário conhecer a Lua, o laranja e a graça pra poder ver. É preciso lembrar de uma noite, quando eu voltava do tatuapé com meus pais depois de um dia de brincadeiras e risadas com a Mariana e a Roberta e miojo e vi a mesma lua laranja-amarela, gigante, espantosa.
As câmeras não pegam a luz que vem do sol ao nascer, lá pelas 7h30 da madrugada e tinge o branco-puro da neve nas montanhas do cor-de-rosa mais perfeito, aquele que eu quero colocar numa caixinha e pedir pra minha mãe fazer um vestido de chita, daquela cor exatamente.
Ou a muralha branca da neblina quando a gente faz a curva e as nuvens estão ali, abraçando o carro e parecendo na verdade que o mundo acabou em barranco.

E o brilho daquela mesma lua, agora já azul, iluminando as montanhas e fazendo o recorte branco aparecer na noite escura pontilhada de estrelas, incomodando os olhos, refletindo o gelo no asfalto, parecendo que essa rua é minha mesmo e eu mandei ladrilhar de pedrinhas de brilhante.

Isso tudo não aparece nas fotos mas a gente vê todo dia.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Mostra a tua cara


Porque nós ficamos 30 minutos em solo brasileiro dia 21 de junho.
E saudade é uma droga. Da qual eu facilmente me recuperaria.

A gente aprendeu a ver o Jornal Nacional pela internet, mas nada nada nada, nem chokito pelo correio, nem a novela das oito diminui a falta que faz a família.




Immigration services

Só pra avisar que aplicamos para um visto novo semana passada. Torçam junto conosco. Mais dois aninhos pofavô pq a papelada é chatíssima pra ter que fazer de novo ano que vem.
Devemos receber a resposta em até um mês.

Winter wonderland

O inverno chegou e se fez especialmente confortável aqui na NZ.
O vidro do carro congela a partir das 18h, o gelo nas estradas torna dirigir ainda mais perigoso, o laguinho do campo de golfe congelou e vai permanecer congelado por algumas semanas, até o sol resolver aumentar o raio do seu curso diário e sair de trás das árvores.
A gente congela só de pensar em sair de casa, as vacas comem grama congelada, o nariz congela também e aparentemente eu sou uma aberração da natureza pq não curto esquiar. Já nevou algumas vezes, mas ultimamente os dias são lindos, ensolarados e curtíssimos.
Os bezerros vão começar a nascer logo, as ovelhinhas também e se tudo der certo, as moscas não.
Os meninos saíram pra caçar com o Richard, que é kiwi até os ossos, e mataram um veado cuja costela se encontra no meu freezer e galhada na casa do Teta.

É nessa época do ano que as fazendas têm suas reviravoltas de funcionários e aqui foi o seguinte: o indiano Só-Um/Juswant foi se embora pra Pasárgada e voltou a Lisa. Ela morava aqui em casa quando chegamos e depois foi fazer um curso de esteticista. Voltou agora pra tomar conta dos bezerros. Junto com ela, todo o equipamento de beleza comprado. Agora tenho uma esteticista in-house! Yey me!

As escolas estão de férias e o hotel está cheio. A lareira fica ligada o dia inteiro e o combustível da nação é chocolate quente.

Gorros, cachecóis, jaquetas, meias, cobertor elétrico, aquecedor no banheiro, conforto, preguiça, roupa no varal que não seca, comida comida comida. Chocolate hummmmmm

Nesse país onde as estações do ano e suas obrigações dentro dela são bem definidas, o inverno é a época de beber mulled wine e reclamar do frio.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Verde-esperança

Pequenas alegrias da vida: encontrar chuchu pra vender no supermercado na Nova Zelândia. Chuchu!! Eu AMO chuchu!! comprei dois e já comi um. Pagamos a bagatela de $2.5 cada um, mas valeu a pena.
Segundo minha sogra, grande entendedora de assuntos verdes, chuchu se planta inteiro, com a bunda pra cima, perto da cerca. Vou ter que voltar lá no Pak'nSave e comprar outro pra plantar e ver se dá que nem chuchu na cerca.

Depois do inverno polar que já chegou por aqui, porque no momento, nem cabelo nasce.

Grandes alegrias da vida: Mariana vai casar!!! Com o Márcio-vítima!!!!!!! Em fevereiro, no brasil, lógico, porque eles moram lá, dã. E ainda me disse hj que será/seria minha vizinha de rua. Pérai, pausa pra eu chorar de saudade.

Já contei a história da pop-up-person?? Não? Tem relação, eu juro. Vamos lá então:

Em março tivemos muitos casamentos acontecendo no hotel. Um deles foi absolutamente perfeito, cerimônia linda, noiva com o vestido que eu escolheria pra mim se fosse loira escultural como ela, mesas perfeitas, música excelente, tudo. E uma pop-up-person no cantinho.
A noiva escolheu uma de suas melhores amigas pra ser bridesmaid, mas ela não pôde porque mora no Reino Unido.

Então mandou-se fazer a pessoa, a respectiva faltante, em tamanho natural, fotografada com vestido de festa e segurando um copo, brindando de papelão a felicidade dos noivos. E botaram o bendito papelão humano no canto, perto da mesa principal, e lá a moça ficou a festa inteira.

Eu não consigo esquecer essa moça por nada desse mundo. Aquele dia chorei muito. E prometi que, para as pessoas importantes da minha vida, eu nunca seria uma pop-up-person.


EU NÃO SEREI UMA POP-UP-PERSON NOS CASAMENTOS/NASCIMENTOS/BATIZADOS/FUNERAIS ALHEIOS! E tenho dito.


Tendo dito isso, a passagem pro Brasil atualmente está custando aprox $4000 dólares. Americanos. Sim, é o preço de uma só. Dá pra todo mundo casar ao mesmo tempo?

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A vida como ela é

Estamos ótimos. Sem grandes novidades, numa confortável e agradável rotina, trabalhando, passeando, morrendo de saudade.
O Mark foi para Rangiora e graças a deus deixou a casa inteira para nós.
Nossa viagem de férias em fevereiro com moms e dads foi excelente e inequecível. Estou aguardando o vídeo ansiosamente.
O hotel está bem, ficando mais calmo com a aproximação do inverno. A fazenda idem, com seus dramas habituais de brasileiros, indianos, barbudos e kiwis teimosos. Fiz a prova e tirei meu certificado do curso da licença e já mandei pro negócio lá, agora é esperar pra fazer uma entrevista com uma pessoa e finalmente receber a dita cuja.
Nosso primeiro aniversário de casamento foi domingo agora e comemoramos com os amigos numa festinha deliciosa aqui em casa e um bolo fantástico.
Sobre o mundo animal, o Negão passa bem, apesar de ter um machucado na bochecha. Pegamos emprestado as duas cabras do vizinho e elas já comeram quase toda a nossa grama. Cabras são fontes infindáveis de diversão. Essas daqui curtem banana. E depois de um episódio digno de filme de terror, o Gordo dedetizou nossa casa contra as aranhas pernósticas que tentaram invadir a residência.
Trocamos de carro de novo: o Gordo vendeu o dele e comprou outro, uma perua Mondeo branca que parece uma ambulância bunduda mas é muito confortável.


As amizades seguem firme e forte, o Teta comprou um arco e flecha e o Gordo uma pistola de bolinha, eu e a Dai já vamos pra Ashburton sozinhas sem stress, o pub tá lá ainda, a warehouse, o supermercado, a igreja. Outro dia fomos na missa na catedral em Chch e foi uma das missas mais lindas que já vi, com um coral gigantesco e um padre africano mto carismático.

Agora, o próximo passo e preocupação na nossa vida é renovar o visto pra ficarmos mais dois anos. Isso significa que não sabemos se e quando voltaremos pro Brasil.

Isso também dói bastante e a saudade não diminui nem um pouquinho.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Falando nisso

ou Que fim levaram os gatos.

O Jack está atualmente residindo no subsolo do nosso quintal, a Meg foi embora com a Jana e o Jairton quando eles mudaram para LINS no final de dezembro e o Negão nesse exato momento está no meio de seu passeio noturno.

Óbvio que o Rô quis ficar com o gato, apesar dos meus protestos e razões absolutamente lógicas. Mas esse gato é mto engraçado. Ele conversa com a gente, sobe na cama pra acordar, entra e sai quando lhe bem quer e aparentemente está de caso com a gata do vizinho.
Mas sem pobrema: o levamos no veterinário, está devidamente vacinado e castrado. Pobrezinho, desbolado...E o melhor, na carteirinha do veterinário, o Negão se chama Bob. "Big Black Cat" ficaria estranho.
Agora preciso achar um gatil pra deixar ele enquanto estivermos viajando, pq desgraça pouca é bobagem. Depois que o casal saiu daqui de casa, entrou o Mark, kiwi segundo gerente da fazenda. Que é dono de um cachorro, Diesel, simpático porém late muito.

Apesar da aparente trégua entre os animais da casa, melhor não dar sorte pro azar.

Licenses

O Rô, que já é muito habilidoso, agora também é habilitado!
Depois de 3 provas teóricas que fizemos juntos - aqui pode fazer a prova teórica com tradutor - e uma prova prática muito tensa, ele tirou a carteira de motorista kiwi. Agora a próxima licença que ele quer é a de armas, pra poder caçar com armas de gente grande. Nem preciso dizer que vou utilizar todas as minhas habilidades pra protelar essa licença o quanto puder!

E eu, também habilidosa mas não habilitada, estou tirando minha licença de gerente. Pra poder ser responsável pela venda de bebidas alcoólicas, eu preciso fazer um curso (que fiz hj. Detalhe: fui e voltei de Ashburton sozinha!), depois enviar o certificado do curso pro Conselho distrital e receber uma licença. Quando eu receber essa licença, eu faço uma entrevista com a responsável pelas licenças do distrito e recebo meu Certificado de Gerente Geral. Complexo e chato, mas mto necessário.

Especialmente depois que descobri que odeio lidar com gente bêbada. E aqui parece que eles bebem bem mais.

I'll be home for christmas

*sorriso amarelo* he he...então né? sumida eu, imagina?! Faz de conta que não faz mais de mês que escrevo aqui. Voltando ao assunto.

Eu me lembro de dizer que ia ignorar o natal esse ano. Aparentemente não me levei mto a sério, pq fiz farofa úmida, comprei presentes, cartões, fomos na casa do Sandro com mais uma penca de brasileiros sem lar, teve até Papai Noel magrelo e com cara de doente. Coitado, tinha acabado de sair do hospital com infecção estomacal.

No geral, foi divertidíssimo, mta comida, feijão tropeiro, churrasco, cenoura assada, companhia gostosa, amigo secreto, mto melhor do que o esperado e temos até fotos que ainda estão dentro da máquina.

Trabalhei no dia de Natal, que para os kiwis é mais importante que a véspera. Eles saem pra almoçar e fazer barbecue. O hotel estava lotado e foi bem movimentado.

Presentes: eu dei pro Rô um helicóptero de brinquedo que voa de verdade (que já está quebrado. Boys will be boys) e uma caixa de ferramentas linda, de metal, vermelha. Com várias ferramentas dentro!!! Ele me deu um pingente de ouro com brilhantes de coração e um rádio-relógio que estaciona o iPod. E no Boxing Day ainda nos demos uma flat screen 32", que em minha defesa estava em suuper promoção!

Papai Noel foi generoso na residência Mazziotti Macario!! Isso pq combinamos de dar só uma lembrancinha.

Finalmente recebemos notícia que os presentes que mandamos pro Brasil chegaram lá na casa da sogra! O pacote que mandamos pra minha mãe chegou uns dois dias antes do Natal e o que ela mandou chegou aqui dia 24!! Talk about good timing! Mas os do meu irmão não. Triste! Minha cunhada perdeu um pacote de Tim-Tam no Limbo Postal.

Eu trabalhei do dia de natal até o dia 7 de janeiro sem folga, no período mais cheio do ano no hotel. Lá pelo dia 4 estava sobrevivendo a base de pílulas de cafeína e pura força de vontade, pq se vc me perguntasse, nem meu nome sabia mais.

Agora, estamos contando os minutos pras nossas férias e super viagem. Mal posso esperar!!! yey!!!!!